Descobertas no processo da integração de executivos às vezes exige um esforço para repactuar a relação entre o executivo e a empresa. Começar a trabalhar em uma nova empresa requer, necessariamente, uma fase de adaptação tanto para a companhia quanto para o candidato. É o momento de entender como se dão as relações dentro da organização, quais são os pontos fortes da cultura corporativa, como está o desempenho da equipe e a saúde financeira do negócio, por exemplo.

Por mais que o executivo tenha se cercado de informações sobre a empresa e o perfil dos seus líderes antes de ingressar na nova posição, a fase de integração é sempre uma descoberta. Há casos, em que as revelações nem sempre são estimulantes. Quando não, elas geram dúvida se a escolha de ir para o novo desafio foi acertada.

Por que essas situações acontecem depois da integração do executivo?

Apesar de não ser uma situação comum, ela pode acontecer, principalmente, por dois motivos:

Quando a empresa não abre para o candidato, durante o processo seletivo, todas as questões sensíveis da companhia e da gestão;

Quando a empresa, ao longo do processo de seleção, não se atenta à necessidade de buscar evidências para saber se o candidato já atuou em situações adversas como as que ele vai encontrar na empresa, caso seja contratado.Quando a companhia não pode abrir informações sigilosas ao candidato, torna-se ainda mais importante identificar passagens na carreira dele que demonstrem aptidão para lidar com situações sensíveis e/ou críticas na nova posição.

Busque o diálogo

Para quem acaba vivenciando esse tipo experiência, uma recomendação importante é, primeiro, estabelecer quais são os próprios limites, o que é inegociável e o que é passível de acordo.

Em linhas gerais o executivo, após perceber o que não foi dito, tem que reavaliar os recursos e prazos de entrega dos resultados e a profundidade das transformações combinadas.

Feita essa análise, é hora de se movimentar dentro da companhia e buscar o diálogo com o superior direto. É importante encontrar espaço para expor o fato da percepção atual ser diferente daquela que o executivo construiu ao longo do processo seletivo, conforme foi recebendo as informações sobre a empresa e a posição em aberto.

Este é o momento do profissional explicar que, agora que está no dia a dia da organização, entendeu mais claramente as condições do cargo e da empresa e que, diante disso, gostaria de propor mudanças.

Conversando, fica mais fácil perceber se ajustes no processo de integração podem resolver os problemas de adaptação. Também é conversando que o executivo conseguirá avaliar a possibilidade de repactuar a relação, logo no começo da sua jornada na empresa.

Em geral, a repactuação acontece. Mas se, de fato, o profissional constatar que não é possível rever as condições adversas, ele pode tentar negociar a saída de forma que ganhe tempo e fôlego para buscar uma nova oportunidade no mercado ou, até mesmo, em outra área dentro da empresa.