Autoconfiança, ambição e uma noção muito forte de propósito são características indispensáveis para um líder de alto desempenho.

“Este gestor deve guiar seu time e extrair o máximo de cada um: avaliando as forças e fraquezas e, de forma organizada, fazer com que um cresça na força do outro, em prol de um objetivo comum”. A descrição é de Luiz Gustavo Mariano, sócio da FLOW.

Para ele, aqueles que buscam maximizar a performance de sua equipe, não podem se acomodar. A meta deve ser alta e a régua deve apontar sempre para cima.

Como são os líderes de alto desempenho

Sergio Chaia, Coach de CEOs e atletas de alto desempenho, conta na websérie Conversa com Líderes, que quando era CEO buscava no seu time habilidades complementares. Segundo ele, um dos papéis fundamentais de líderes com características de alto desempenho é identificar suas fraquezas e, assim, encontrar em sua própria equipe o déficit da sua performance.

“Eu era pouco detalhista, então eu buscava no meu time duas ou três pessoas que fossem obcecadas pelos detalhes. Isso me ajudava a controlar a pauta das reuniões, monitorar os KPIs de forma correta etc. Eu terceirizava as minhas fraquezas na fortaleza de membros do meu time”, conta Chaia.

Muitas vezes, porém, um líder não tem outros profissionais de alto desempenho em seu time. Seu papel, neste caso, é mostrar aos membros da equipe o impacto positivo da alta performance na vida de cada um deles — pessoal e profissional. É o que diz Igor Schultz, sócio da FLOW.

Ele conta que é preciso mostrar que aquilo não é apenas um benefício para a empresa, mas algo que pode mudar a vida de cada pessoa do time e que cada um será valorizado pelo seu bom desempenho.

“Quando você consegue criar significado para as coisas e as pessoas embarcam, acreditam e entendem qual é a consequência e qual é o impacto positivo desse significado em suas vidas e das pessoas que estão ao seu redor, isso tem muita força”, diz Schultz, referindo-se a importância do líder ser alguém que não apenas distribua tarefas, mas crie significado para o trabalho a ser realizado pelo time.

O coletivo vale mais que o individual

Valorizar o coletivo olhando para cada indivíduo é a receita para uma liderança de sucesso. Para Mariano o esporte é um grande exemplo ao mundo corporativo.

“Em um time de futebol, por exemplo, por mais que você tenha um jogador que se sobressaia, você não vai colocar os outros dez jogadores para jogar em função dele. Se fizer isso, em algum momento vai aparecer um adversário que tenha um coletivo mais forte e vai superar esse time”, explica.

Sergio Chaia, que já foi presidente de grandes empresas e atua hoje com Coach de CEOs, complementa explicando que falta uma reflexão estruturada por parte dos líderes sobre o que é um time de alto desempenho e quais são os componentes que fazem eles performarem.

“Eu vejo muito mais atenção nas capacidades ou competências técnicas de cada membro de um time, do que em como a química entre elas é construída e como essa performance entre cada membro de um time é potencializada pelas interações entre eles”, conta Chaia.

Para ele, líderes precisam avaliar a personalidade, motivação e a agenda individual de cada um dos membros do seu time e como esses aspectos se entrelaçam e contribuem para uma agenda comum da empresa.

“As melhores ideias não são unânimes. Elas vêm de uma diversidade de opiniões, de um conflito saudável e cabe ao líder harmonizar esses conflitos, enxergar o potencial das contribuições e decidir qual melhor caminho a seguir”, diz.

Igor conclui dizendo que na dicotomia entre o coletivo e o individual o mais importante é “criar uma atmosfera onde as pessoas têm vontade e que nesses espaços os objetivos comuns estejam acima dos objetivos pessoais”.