Camila Junqueira, headhunter da FLOW, orienta sobre a abordagem que o executivo pode adotar para cobrar retorno do processo seletivo
Por mais que o profissional esteja satisfeito com a posição que ocupa, ser convidado para participar de um processo seletivo sempre gera expectativa. E processos para cargos executivos não costumam ser finalizados de forma rápida, principalmente quando são bem estruturados. As etapas são conduzidas com base em métodos elaborados para que a seleção ocorra com todo cuidado que uma cadeira desse perfil exige.
Entre uma fase e outra do processo seletivo, é comum o candidato se questionar se deve ou não cobrar retorno do headhunter. Sim, o profissional pode pedir feedback ao recrutador. No entanto, antes de fazê-lo, é importante combinar as regras.
Aproveite a entrevista para perguntar quanto tempo será necessário esperar até receber novas notícias. Pergunte também se é conveniente entrar em contato durante o processo.
“Cobrar feedback depois do prazo combinado demonstra interesse”, afirma Camila Junqueira, headhunter da FLOW. Se o prazo não foi estabelecido, faça um follow up a cada 10 ou 15 dias, conforme ela recomenda. Menos do que isso, pode parecer excesso de ansiedade, o que, em geral, está associado a decisões precipitadas e dificuldade para analisar cenários.
Camila indica, ainda, o uso de e-mail ou WhatsApp como canal de comunicação. Assim, o headunter tem a oportunidade de responder entre uma reunião e outra, nem que seja para informar que ainda não tem novidades.
“O processo seletivo tem vida própria”, explica a headhunter. Segundo ela, disponibilidade de agenda do cliente e situações urgentes dentro das empresas podem influenciar o ritmo da seleção.
Além disso, acontece de uma decisão estratégica do cliente ou um movimento de mercado mudar o perfil da vaga. Neste caso, a solução é começar de novo e avisar os candidatos da mudança de percurso.
E quando o processo seletivo termina e o candidato não foi escolhido?
Esse é o feedback mais importante que o profissional pode receber. É o momento de avaliar se há aprendizados a serem levados para oportunidades futuras. Camila orienta o candidato a perguntar ao headhunter os motivos pelos quais não foi o escolhido.
Quando o critério passa por conhecimento técnico, é fácil dar explicações. Mas quando envolve questões ligadas a habilidades de liderança, há lições sobre como desenvolver atributos e/ou como relatar as evidencias da liderança exercida ao longo da carreira.
“Se existem candidatos com perfis similares concorrendo à mesma posição, o diferencial são, justamente, as evidências do protagonismo do profissional nos projetos que já conduziu”, relata.
Participar de processo seletivo contribui para o autoconhecimento do executivo, que precisa refletir sobre suas realizações profissionais e a melhor forma de expor sua trajetória tanto no currículo quanto nas entrevistas.