Jogar em um time significa entrar em um processo, fazer parte das engrenagens, observar e gerar valor. Trocas concretas de valor, dentro das agendas do negócio.
Por Luiz Gustavo Mariano

Recentemente, tenho observado diversas movimentações, em vários setores, principalmente em relação aos líderes. Muito se fala a respeito do momento da decisão de mudar e do processo de onboarding pelo lado da empresa. Mas vejo pouca discussão –e muito menos uma abordagem mais estruturada– do ponto de vista do executivo que desembarca em uma companhia.

Como atuar? Quanto tempo ficar na fase do “estudo”? Quando partir para o modo execução? São algumas questões importantes que devem ser estudadas pelos profissionais que estão entrando em uma nova fase da carreira.

Abaixo, listo os principais pontos que podem ajudar esses profissionais de uma maneira prática.

1 – Desenhe e domine o mapa de valor da empresa. O que isso quer dizer? Procure compreender desde a visão do cliente até os processos internos: toda a jornada do produto/serviço, mapeando os diferenciais, a proposta de valor, as funções e as pessoas. E, ainda, onde estão as reais alavancas de valor daquela específica empresa.

2 – Desenhe a cadeia de valor do negócio. Uma vez desenhado o ponto 1, entenda os competidores, a proposta de valor de cada player, o posicionamento deles e identifique a jornada de decisão do seu cliente em potencial.

3 – Entenda os objetivos e o desdobramento deles para cada etapa do processo da empresa, e como as engrenagens estão conectadas entre si e motivadas (ou não) para atingir esse objetivo final.

4 – Conecte os elos, o input e o output ideais da sua contribuição no processo, o que poderia melhorar na etapa anterior, na atual e na próxima, para que o produto final da sua etapa colabore melhor com o processo e estimule as outras etapas a entrar na mesma jornada.

5 – Conheça as dificuldades das etapas ao seu redor e as da sua área, e atue para ajudar a desatar os nós iniciais.

6 – Entre no processo, conheça as pessoas envolvidas, os rituais de gestão, o modelo de tomada de decisão, o fluxo de informações. Pergunte tudo o que puder –e escute tudo. Faça parte antes de fazer conclusões ou julgamentos, e opere para que você possa, enfim, criar um diagnóstico e começar a propor um plano de ação para colaborar com a engrenagem.

7 – Entenda e monitore as principais alavancas da empresa, o que faz a diferença e faça um benchmark –não só no Brasil, pois o mundo está aí para servir de aprendizado também. Além disso, é importante olhar para além da sua caixinha: observe empresas que não são concorrentes diretos, mas que tem modelos de negócios parecidos. Sempre dá para aprender e se inspirar.

Jogar em um time significa entrar em um processo, fazer parte das engrenagens, observar e gerar valor. Trocas concretas de valor, dentro das agendas do negócio.

Seguindo esse roteiro, não precisa pensar muito em tempo de adaptação, pois quando você menos esperar, estará rodando e contribuindo naturalmente.

E acredite: serve para os líderes, mas também para todos os níveis.