A Raízen é a maior empresa do Brasil que produz açúcar, etanol e bioenergia. Sob seu comando estão 26 usinas e um faturamento de R$ 86,2 bilhões.
Ter todo esse tamanho não é o suficiente para essa joint venture entre a Cosan do empresário Rubens Ometto e a petroleira anglo-holandesa Shell. A companhia sempre buscou estar na crista da onda tecnológica e constituiu um dos primeiros centros de inovação para o agronegócio.
O Pulse, criado em 2017 em Piracicaba (SP), foi um dos cases analisados na quarta pesquisa sobre liderança, gestão de pessoas e inovação no agronegócio feita pela FLOW, em parceria com a revista Dinheiro Rural.
O tema deste ano foi “Gestão de cadeias colaborativas para a inovação no agro”, e a Raízen foi uma das convidadas para apresentar sua história no 4º Encontro de Líderes do Agronegócio, realizado no final de outubro de 2018.
Incubadora de agtechs
O Pulse, um hub de inovação para o agronegócio, é o espaço onde são incubadas empresas para a agricultura digital e onde os investidores podem apostar na mais alta tecnologia de ponta para o campo.
“Confesso que, como diretor de tecnologia, sempre me imaginei estar bem à frente do pensamento inovador e arrojado”, diz o engenheiro de produção Fábio Mota, que é vice-presidente da Raízen e diretor do Pulse. “Mas quando me aproximei de fato do ecossistema de inovação, percebi o quanto eu era conservador.”
Isso porque Mota teve de aprender que errar era preciso. Além de testar, experimentar e voltar a errar novamente. Isso está no DNA do ecossistema de inovação e é a espinha dorsal de um centro de inovação para o agronegócio.
O trabalho com startups pede, inclusive, mais agilidade da corporação tradicional. Mota lembra quanto é difícil conciliar as agendas para dar sequência aos projetos desenvolvidos no Pulse.
“Quando fazemos uma reunião entre startups e grandes corporações, saímos de lá com algumas tarefas. No outro dia, a startup já está pronta e disposta a conversar com os executivos. Mas só poderíamos agendar a próxima reunião dentro de 30 dias. Nós, das grandes corporações, vamos ter de aprender a lidar com isso”, diz Mota.
“É um grande desafio.” Hoje estão no Pulse 12 empresas iniciantes em tecnologia para a agricultura, conhecidas como agtechs.