A FLOW participou do evento “O caminho para o IPO: Oportunidades e Desafios” em parceria com o Santander e o IBEF São Paulo (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças). Na ocasião, Daniel Gewehr, Estrategista chefe do Santander para América Latina, e Pedro Leite da Costa, Managing Director de ECM (Equity Capital Markets), analisaram o mercado de abertura de capitais no Brasil e as perspectivas para o ano. O sócio da FLOW Bernardo Cavour falou sobre os desafios que os CFOs nessa posição enfrentam e quais são os conhecimentos necessários para ter um bom desempenho nessa posição.
Segundo os executivos do banco, o momento é oportuno, pois as perspectivas para a Bolsa brasileira são favoráveis. De acordo com Gewehr, o nível de otimismo está em 7, numa escala de 0 a 10. Avaliações do banco apontam potencial de valorização da Bolsa de cerca de 20% até o fim do ano.
O mercado de IPOs no Brasil
Um dos pontos essenciais para o mercado é a aprovação da reforma da previdência. Segundo o Santander, as chances de ser aprovada até o final do ano é de 80%. Gewehr diz que os investidores, em geral, estão cautelosos e devem aguardar a aprovação da reforma para fazer investimentos significativos.
Pedro Costa apresentou as oportunidades no segmento de renda variável no Brasil. Enquanto no mercado americano são feitas, em média, 19 ofertas por semana, no Brasil, este número é de 317 ofertas desde a criação do novo mercado, em 2000.
Além disso, o número de pessoas físicas que investem em ações no Brasil ainda é muito pequeno – cerca de 900 mil, enquanto 1,4 milhão investem em bitcoins, por exemplo. Ou seja, há uma oportunidade de crescimento.
Durante sua palestra, Costa destacou a importância da empresa se preparar para o processo, principalmente com o planejamento financeiro, além de outros pontos como implementação de governança corporativa, auditorias independentes, processos internos, entre outros.
O perfil ideal de CFO para IPO
O sócio da FLOW Bernardo Cavour falou sobre os desafios que o CFO enfrenta nesse momento e quais conhecimentos são necessários para ter uma boa performance.
O executivo nessa posição precisa conciliar as atividades rotineiras com uma agenda intensa de preparativos para o IPO. São diversas frentes de trabalho, como construção de modelos de orçamento, controle de desempenho, relatórios, controles internos, mapa de risco, estruturar a área de RI (Relação com Investidores) e sua equipe.
“É papel do CFO analisar o modelo de negócio, revisar os planos de eficiência, adequar as estruturas e processos, além da própria agenda de IPO que em algum momento vai ficar mais intensa. E tudo acontece ao mesmo tempo”, diz Cavour.
Neste contexto desafiador, os principais atributos pessoais que os candidatos a CFO devem ter para liderar um processo de IPO são:
.Equilíbrio entre orientação a resultado com maturidade, capacidade de influência e negociação dado a quantidade de stakeholders em todos os níveis, alinhamento de expectativas, aprovação de prazos e gerenciar pressões;
.Inteligência e visão de negócios para diagnosticar problemas, riscos e oportunidades, construção de planos de ação e análises de cenário.
Além dessas características, Cavour ressalta que as empresas buscam profissionais experientes, mas reforça que “o perfil ideal com experiência prévia neste tipo de projeto é escasso e, em geral, não disponível no mercado. Por isso, é muito comum que as empresas procurem por executivos que já passaram por situações similares, como atuação em fundos de private equity, exposição a acionistas e conselhos ou que lideraram emissões de dívidas”.
Por fim, o sócio da FLOW ressalta que o processo vai exigir flexibilidade do executivo para atuar em níveis mais altos da estratégia e também em aspectos operacionais.
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