Por Camila Junqueira, Sócia da Flow Executive Finders
A história dos Jogos Olímpicos está sendo reescrita em Paris 2024, com as mulheres finalmente representando 50% dos participantes, após quase 130 anos de competição. No Brasil, o destaque é ainda maior: das 20 medalhas conquistadas, 12 foram ganhas por mulheres, reafirmando a força e a capacidade feminina em alcançar e superar limites.
Essa presença marcante das mulheres nas Olimpíadas é o resultado de avanços gradativos ao longo das décadas. No entanto, ainda existem barreiras significativas a serem superadas para alcançar a verdadeira equidade de gênero.
A paridade de participação é um marco importante, mas a igualdade de condições,
oportunidades e reconhecimento permanece um desafio que se estende para além do esporte,
alcançando também o mundo corporativo.
Desafios no Mundo Corporativo
Assim como nos esportes, onde as atletas enfrentam desafios imensos para alcançar a excelência, as mulheres em posições de liderança no Brasil também estão em uma constante luta para se afirmarem em um ambiente predominantemente masculino.
Uma pesquisa realizada pela FIA Business School de 2023, mostrou que em 2023 as mulheres ocupavam 38% dos cargos de liderança no país. No entanto, quando observamos o nível executivo e C-level das empresas, essa porcentagem diminui drasticamente: apenas 28% das posições são ocupadas por mulheres (uma queda de cinco pontos percentuais em relação ao ano de 2022).
As Olimpíadas de 2024 escancararam um problema estrutural, nos ensinando que, apesar dos progressos,
ainda há muito a ser feito – tanto no esporte quanto nos negócios.
A verdade é que as mulheres não só têm provado seu valor nas arenas esportivas, mas também têm demonstrado serem gestoras excepcionais no mundo dos negócios.
Esse mesmo estudo da FIAP aponta que as mulheres que ocupam cargos de nível executivo nas empresas são vistas como melhores líderes, mais populares e confiáveis na opinião dos colaboradores. Este é um indicativo claro de que, quando devidamente reconhecidas e valorizadas, podemos transformar as organizações.
Transformando Desempenho em Impacto
Mas afinal, qual é a conexão entre o desempenho de atletas de elite e o sucesso no mundo corporativo?
Além dos atributos essenciais para ocupar uma posição de liderança, como inteligência cognitiva, emocional e espiritual, capacidade de atuar e interagir em situações complexas, maturidade para compreender a dinâmica e as complexidades das situações e das relações interpessoais, é necessário somar a esses a disciplina, a resiliência e um forte senso de propósito – qualidades indispensáveis tanto dentro quanto fora dos campos de competição.
Para mulheres em cargos de liderança, esses atributos são indispensáveis para enfrentar as complexidades e desafios do ambiente corporativo atual, assegurando seu papel estratégico dentro das organizações. No entanto, para alcançar resultados concretos e uma vantagem competitiva sustentável, é essencial que o executivo certo esteja na posição certa.
Na Flow, aplicamos uma metodologia proprietária focada na predição de performance, que não apenas identifica líderes alinhados com os requisitos de perfil, mas que também possuem a capacidade única de traduzir os desafios de negócios em resultados tangíveis.
Esse processo rigoroso de identificação e desenvolvimento de líderes é fundamental para catalisar transformações dentro das organizações, elevando-as a novos níveis de sucesso.
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Dados:
- Mulheres são 50% dos participantes em uma Olimpíada após quase 130 anos de competição (mundo);
- De nossas 20 medalhas nas Olimpíadas de Paris, 12 foram conquistadas por mulheres (BRA);
- A trajetória da inclusão feminina nas Olimpíadas é fruto de avanços gradativos e ainda há barreiras a serem superadas para que a equidade de gênero seja alcançada, algo que vai além do número equivalente de participantes;
- Ainda precisamos avançar, em todas as esferas, no combate à desigualdade e à violência de gênero. Consolidar, ampliar e aperfeiçoar a participação das mulheres em todos os campos é a única forma de fazer isso – não há outra forma.
- As mulheres ocupavam 38% dos cargos de liderança no Brasil em 2023
- A proporção de mulheres na diretoria e no C-Level das companhias era de 28% em 2023, cinco pontos percentuais a menos em relação a 2022;
- As mulheres representam 43% do quadro de funcionários, mas ainda estão sub-representadas no topo, apesar de serem melhores gestoras, além de mais populares e confiáveis, na opinião dos colaboradores.