A preocupação não deveria ser no processo de trabalho, mas se o resultado esperado foi atingido.
Com uma grande parte da população já vacinada, os Estados Unidos estão se preparando para a volta à normalidade. Escolas estão recebendo alunos. Restaurante e bares se preparam para reabrir salões. A indústria do turismo espera um boom nas viagens. Outro ponto importante desse novo cenário: a nova realidade do trabalho.
Nos primeiros meses da pandemia, em meados de 2020, muitas companhias, inclusive as Big Techs, afirmavam que o home office era um modelo que tinha vindo para ficar; os funcionários poderiam trabalhar de casa, não precisariam mais se deslocar até o escritório.
Recentemente, a postura mudou. Muitas dessas empresas já não veem o home office com bons olhos. Dizem que vão optar pelo modelo híbrido ou mesmo pelo retorno total ao presencial.
Isso ocorreu porque, no entendimento dos executivos dessas organizações, o modelo presencial favorece a troca de ideias e experiências e, por isso, seria o que melhor leva à produtividade; à inovação; ao crescimento profissional dos funcionários.
Esse diagnóstico pode, sim, ser correto, mas o que prefiro discutir é outra questão. Devemos aproveitar esse momento fora do comum que estamos vivendo para focarmos em uma mudança de paradigma: usar como parâmetro de bom rendimento de um funcionário os resultados que ele proporciona à empresa, e não o número de horas trabalhadas por ele.
A performance e a eficácia de um funcionário não estão ligadas diretamente ao tempo em que esse profissional teoricamente fica dedicado à empresa (no home office ou presencialmente), mas, sim às soluções, ideias e inovações que esse profissional efetivamente apresenta à empresa.
Por causa da pandemia, venho pensando nisso há algum tempo. Nesta semana, me enviaram um artigo da Fast Company que tem tudo a ver com o assunto. “Devido à demanda geracional e à mudança da presença no local de trabalho, a flexibilidade está se transformando. De políticas de férias ilimitadas a programações assíncronas, as empresas e seus funcionários estão se adaptando rapidamente. Com essas mudanças sísmicas, é imperativo que as organizações repensem como o sucesso é avaliado e implementem um modelo de desempenho dos funcionários que se concentre nos resultados, não no ‘tempo da cadeira’”, afirma o texto.
As companhias deveriam focar não na quantidade de horas trabalhadas, mas se os funcionários estão atingindo as expectativas exigidas; portanto, a preocupação não deveria ser no processo de trabalho, mas se o resultado esperado foi atingido.
“Ao avaliar os funcionários com base nos resultados produzidos em vez das horas gastas, as empresas podem criar um local de trabalho altamente motivado, com maior produtividade dos funcionários, melhor relacionamento da equipe e uma cultura empresarial flexível”, diz o artigo. É o que eu acredito.