A FLOW convidou o executivo e empreendedor Marcelo Blay para participar da websérie Conversa com Líderes. Nos vídeos a seguir, ele compartilha suas experiências profissionais e conta como a inovação com planejamento o ajudou a fundar a Minuto Seguros.
Desafios de ser executivo em empresa da família
Blay começou a conversa contando sobre a experiência de ter trabalhado na Porto Seguro, empresa fundada pela sua família. Ele reforça a importância de entender a cabeça do dono e manter um alinhamento filosófico com os membros da família que comandam a empresa.
Empreender experiente
Quando decidiu empreender, em 2010, Marcelo Blay, para minimizar riscos, queria atuar num segmento que conhecesse. Escolheu o ramo de seguros, no qual já tinha trabalhado por mais de 15 anos em grandes empresas como Porto Seguro e Itaú. Para fundar a Minuto Seguros, ele uniu o melhor das duas experiências: a cultura relacional da Porto Seguro e o foco em desempenho do Itaú. Com esse estilo de gestão, e focando em inovação com planejamento, seu negócio se tornou a maior corretora de seguro online do país e líder no segmento de automóveis.
A trajetória de sucesso da Minuto Seguros
O planejamento foi muito importante para alcançar estes resultados. Foi um ano de preparação antes de começar a vender seguros com o apoio da tecnologia. Blay resgatou seus conhecimentos em administração adquiridos nos MBAs da FGV e da Columbia University. Além disso, fez pesquisa de mercado, contratou consultoria, fez benchmarking em mercados internacionais, elaborou um piloto, desenvolveu sistema, contratou e treinou profissionais. O objetivo era abrir as portas com segurança, de forma a não comprometer sua reputação no mercado.
O empreendedor atribui o sucesso a um diferencial essencial, especialmente no ramo em que atua: apoio humano nas vendas. “Seguro é um produto complexo, de longo prazo, com terminologia específica. As pessoas não têm familiaridade, precisam de atendimento humano”, ele diz.
Transformando erros em virtudes
Mas o caminho não foi fácil. Antes da Minuto Seguros, ele recebeu outras propostas de negócio e esteve a ponto de montar uma seguradora de saúde do zero, projeto ao qual dedicou tempo e recursos por quase um ano. Era um projeto grande, que teria como sócios uma empresa de capital aberto e uma grande corretora do ramo. Ele seria CEO e teria participação societária, mas os planos mudaram.
Em um almoço com um de seus irmãos que queria vender sua corretora de seguros, ele vislumbrou a oportunidade da Minuto Seguros. Blay comprou a empresa do irmão e decidiu focar no negócio online, posicionamento que nenhuma corretora tinha até então.
Visão 360 de risco
Blay diz que empreender com um pouco mais de idade – ele tinha 44 anos na época – o fez ficar avesso ao risco e tomar certas medidas para manter o patrimônio que construiu. Ele delimitou a quantia que investiria no negócio próprio para preservar o estilo de vida da família, o que fez com que precisasse buscar investidores externos para a empresa. Além de diminuir seu investimento e seu risco, segundo ele, essa decisão ajudou a trazer pessoas com visões diferentes e sócios que cobram resultados.
Desafios da empresa x influência nos perfis
Para Blay, momentos diferentes da empresa atraem e exigem diferentes perfis de profissionais. Por exemplo, quando a empresa ainda era um projeto, ele vendia um sonho, e profissionais com uma carreira sólida dificilmente trocariam suas posições para ir para uma startup sem garantia de sucesso. Depois de cerca de três anos de mercado, esses profissionais passam a ver potencial no negócio. Outro aprendizado da trajetória de crescimento é entender que as pessoas que levaram a empresa até aquele patamar não são, necessariamente, as que ajudarão a chegar ao próximo nível.
O impacto da contratação errada
Blay afirma por experiência própria que empresas de crescimento rápido não podem errar na contratação de profissionais, pois não há tempo a perder. Ele estima atrasos de cerca de dois anos em projetos importantes por conta disso. Por isso, apesar da experiência e do networking que possui, ele prefere investir em profissionais para ajudar nesta tarefa. “Assim como gosto que nossos clientes nos tenham como especialistas na hora de tomar decisões para seguros, acho que para tomar decisões sobre qualquer coisa tenho que estar cercado de bons especialistas”, constata.