Contratações e promoções em empresas também recebem influência dos conceitos de potência e potencial
Em física, Potência é a rapidez com que o trabalho é realizado. Já Potencial geralmente se refere a uma habilidade não realizada no momento.
Mas qual é a influência que essas duas definições da física podem exercer sobre as escolhas das pessoas e a decisão dos líderes em relação a contratações e promoções?
Podemos dizer que, em se tratando das decisões das empresas ou dos líderes, sempre que existe uma contratação imagina-se que tenha havido uma necessidade oriunda do negócio.
Essa necessidade pode ter causas variadas, desde uma atividade mais repetitiva, operacional — função de início da carreira —, ou pode ser algo mais significativo, que envolve a transformação da empresa na sua estratégia de oferta, produtos e canais, governança, financeira.
Dito isso, a definição de Potência sugere que a empresa vai utilizar um critério mais objetivo, em que avalia o que o executivo já realizou, bem como as suas habilidades e experiência — e vai entender, por meio de metodologias apropriadas, quais são as reais chances daquela pessoa REPETIR a mesma contribuição na empresa nova.
Vantagens
Uma das vantagens desse tipo de abordagem é que em cargos maiores não se pode esperar que o executivo aprenda — ele tem de chegar rodando, PRONTO para assumir o desafio, apontar diagnóstico e promover mudanças / evolução do negócio.
O risco é reduzido, porém, não significa que não exista a necessidade de adaptação a algum critério, que pode até ser uma novidade para o executivo, e ele terá que aprender. Podem ser fatores do tipo: o setor, o tipo de tomada de decisão, o formato da governança. Os recursos e as condições deveriam fazer parte desse enredo para que de fato o match seja o mais próximo possível do perfeito.
Vamos à outra ponta: POTENCIAL. Espera-se, aqui, que fatores do passado (formação acadêmica, tipo de empresa por que passou etc.) e interpretações subjetivas (sintonia, bom papo, empatia, momento de vida etc.) sejam suficientes para que o executivo chegue na vaga nova, em uma empresa nova e tenha um desempenho excelente — mesmo que ele nunca tenha trabalhado naquele ambiente ou atuado daquela maneira.
O risco envolvido em uma escolha por potencial é que ela pode ser tão subjetiva ou tão pouco embasada que essa contratação não tenha nenhuma conexão com a real necessidade do negócio. Assim, pode acabar gerando frustração.
Muitas vezes isso ocorre pela ideia de que a empresa tem tempo para esperar a pessoa aprender; uma ideia que em vários casos é incompatível com a realidade.
Vale o mesmo para as pessoas: não adianta aceitar uma posição ou um desafio sem pensar nos critérios e nos aspectos que de fato pertencem à sua experiência.
Todos nascemos sabendo? Não. Pessoas com vontade correm atrás e se desenvolvem? Sim. Quanto mais alto estivermos do nível organizacional, a melhor escolha é normalmente aquela que vai ao encontro da potência.