O contexto atual de crise repercute nas companhias em vários sentidos. Tanto em empresas que estão sendo impactadas pelo aumento de demanda, quanto nas que estão sofrendo com uma queda brusca de receita, a missão é preservar a saúde financeira. Por isso, neste momento, as habilidades dos CFOs (Chief Financial Officer) estão sendo exigidas ao máximo.
Para entender o real impacto da crise nessa área, fizemos uma análise com diversos executivos de finanças das principais companhias no Brasil para entender, com profundidade, qual é a principal agenda desses profissionais e como eles estão atuando em seus respectivos grupos empresariais.
Dentre todos os executivos entrevistados, um denominador comum encontrado foi a necessidade de mudança abrupta nas operações das empresas. Também foi destacada a importância do papel desses executivos na liderança e na criação de comitês, garantindo a disseminação das informações com velocidade adequada para acelerar a tomada de decisão.
Com o apoio dos CFOs estão ajudando as empresas a navegarem pela crise, os seguintes temas foram organizados e estão sendo impactados e estão em evolução diariamente:
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Tesouraria
O caixa é rei
Ficou claro em nossa pesquisa que o domínio do setor de contas a pagar e contas a receber se tornou crítico, sendo acompanhado diariamente. Ficou evidente, também, o senso de responsabilidade das empresas com suas respectivas cadeias de valor, tentando ao máximo evitar a quebra de fornecedores. Neste momento, o melhor caminho é uma mistura entre visão de curto prazo, combinada com colaboração, mas sem perder de perspectiva projetos de longo prazo e o propósito da companhia.
Dívida
Com a falta de previsibilidade de cenários, independentemente se a empresa está na ponta que teve queda de demanda ou se está na ponta que teve aumento da demanda, houve uma “corrida” ao mercado financeiro por liquidez. Considerando o momento de maior risco e a dificuldade de captação na outra ponta, os bancos foram obrigados a reduzir o crédito e a aumentar suas taxas, que antes estavam sendo praticadas na casa de CDI + 0,5%, chegando agora a patamares perto de CDI + 6%. O governo e o Banco Central estão atuando fortemente, despejando diversos pacotes de incentivo às empresas, para que esse crédito não seja restrito e empresas e bancos tenham subsídios para evitar a quebra em cadeia de vários setores.
Planejamento & Controladoria
Cenários
Talvez o mais difícil e imprevisível desse momento seja conseguir prever possíveis cenários e quais serão os impactos da crise. Em sua maioria, os executivos de finanças estão trabalhando com um cenário de três a seis meses de retração, para uma eventual retomada a partir do segundo ou terceiro trimestre de 2020. Essa retomada pode ser retardada, dependendo do tamanho do fechamento da economia, ou acelerada, com a chegada de remédios e vacinas que reduzam o tempo de internação dos contaminados. Estamos vivendo um momento de muita incerteza. Prever qual será o real impacto da COVID-19 nas economias brasileira e mundial e quais serão os desdobramentos nas empresas é uma tarefa diária e em constante mudança. A realidade de hoje não será a mesma de amanhã.
Na ótica de apoio à gestão, os CFOs estão renegociando contratos e despesas em todas as frentes, para reduzir custos e despesas desnecessárias. Cortes estão sendo avaliados, inclusive na ótica de pessoas, o que é preocupante. Nesse sentido, o governo está liberando pacotes de estímulos ao emprego, como a redução de salários temporários e a postergação no pagamento de encargos e impostos, aliviando, de alguma forma, o fluxo de caixa das empresas.
Planejamento Estratégico
Apenas projetos de alta relevância para a estratégia da companhia estão sendo mantidos. Uma visão segura e de longo prazo tem ajudado as companhias a priorizarem seus investimentos, dado que, como listado anteriormente, a agenda dos executivos e empresas estão voltadas para o curtíssimo prazo.
Não obstante, dentro de suas diferentes perspectivas empresariais, os Cross não descartam a hipótese de antecipar movimentos de M&A, caso essa estratégia já faça parte dos planos para 2020. Além disso, eles não descartam outras oportunidades que possam surgir no mercado. Em especial, para as empresas que têm como foco crescimento inorgânico e que são mais sensíveis a esses movimentos.
Conclusão
Em nossa análise ficou claro que as agendas dos CFOs estão ajudando as empresas a navegarem pela crise estão sendo cruciais nesse momento de cenários incertos e contribuem nas discussões que envolvem a estratégia de curto prazo, sem perder de vista a retomada e o propósito e papel da companhia dentro da comunidade.
É importante destacar o papel desses executivos como mediadores em decisões, pois não é apenas no curto prazo que as empresas podem perder mercado. Uma eventual retomada mal calculada pode representar uma perda importante de marketshare para as companhias.
Por fim, vemos um grande otimismo dos CFOs de que se trata de uma crise passageira e, com base nos indicadores que estavam projetando um crescimento da economia brasileira, iremos nos recuperar.
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Com a participação de Alexandre Mafra, CFO de Private Equity do Pátria Investimentos, Leonardo Dib, CFO da Bauducco, Marcelo Giugliano, Head of Consumer Finance da Amazon e Vivianne Valente, CFO Global do Grupo Tigre, debatemos em um FLOWebinar quais as melhores práticas que eles estão aplicando para ajudarem suas empresas a navegarem pela crise.