Em um artigo na Harvard Business Review que trata de como aprimorar a influência do profissional no trabalho, Nick Morgan, coach de palestrantes e líderes empresariais comenta que nunca foi tão difícil influenciar as pessoas, já que elas estão cada vez mais distraídas.
A sobrecarga de informação e o ritmo acelerado da vida digital levam a curtos períodos de atenção. Ao mesmo tempo, o aumento de pressão para obter resultados faz com que seja ainda mais relevante ter poder de influência.
E não é preciso ter um alto cargo para ser influenciador. É possível adotar estratégias e lançar mão de mecanismos que ajudam o profissional a ocupar a posição de líder informal. O mesmo artigo traz as dicas:
Construa conexões
Mantenha um bom relacionamento com os colegas de trabalho. Essa é uma forma de fazer com que eles te conheçam e é um caminho para que gostem de você, o que pode favorecer o apoio deles a suas ideias.
Ouça antes de tentar persuadir
Dorie Clark, consultor em marketing e branding, afirma que uma grande parte dos ressentimentos no local de trabalho acontece porque as pessoas se sentem desrespeitadas e alegam que não são ouvidas. Faça com que o outro se sinta ouvido. Livre-se da inquietação e da tentação de mexer no celular, enquanto conversa com o colega. Clark recomenda a prática da disciplina de foco e a troca de perspectivas e conselhos.
Desenvolva conhecimentos
Torne-se – e seja visto como – um especialista na sua área de conhecimento. Participe de conferências sobre temas relevantes à sua especialidade, busque certificações. Galgue posições, conforme suas habilidades específicas. Compartilhe conhecimentos sobre o tema que domina no LinkedIn ou nos canais de comunicação da empresa. Essas são formas, segundo Clark, de revelar o quanto você é competente no que faz.
Trace uma estratégia
Quando chegar a hora de aproveitar a influência que você criou para promover uma iniciativa ou ideia, seja estratégico. “Crie um organograma dos tomadores de decisão e pergunte-se: posso influenciar essa pessoa diretamente? Ou quem posso influenciar para chegar até a pessoa-chave?”, explica Clark, que reforça a importância de ser estratégico nesta ação, e não manipulador.
Dê às pessoas o que elas querem
Considere as pessoas que estão ao seu lado e certifique-se das necessidades e do temperamento de cada uma delas. Avalia como pode atender às expectativas dessas pessoas. Prefira falar sobre como sua ideia beneficiará a companhia como um todo e use sempre a palavra “nós”. Assim, será mais fácil elas se alinharem aos seus planos e projetos.
Como tudo isso funciona na prática?
O artigo traz o exemplo de Marcy Shinder, diretora de marketing da Work Market, empresa da cidade de Nova York que ajuda os clientes a gerenciarem seus consultores. Marcy trabalhou para se estabelecer como um membro influente da equipe, antes mesmo de começar o trabalho.
Antes do seu primeiro dia na empresa, ela marcou cafés e almoços informais para conhecer vários colegas. A estratégia foi praticar a escuta ativa. “Eu queria aprender quais eram os objetivos deles, o que consideravam importante, o que achavam de trabalhar na empresa, e o que esperavam de mim”, revela.
O corpo fala
Marcy cuidou para que sua linguagem corporal transmitisse a mensagem de que ela estava totalmente focada nessas conversas. Ela se sentou em linha reta, fez contato com os olhos e parecia aberta e engajada. “Eu tentei ouvir com intenção”.
Essas primeiras reuniões permitiram que ela compreendesse as perspectivas, personalidades e os motivos de seus colegas, o que provou ser útil quando teve a ideia para renovar o site da empresa e precisava do apoio deles para avançar.
Graças a essas conversas iniciais, ela pôde personalizar seu discurso para cada indivíduo. Por exemplo, com Stephen Dewitt, o CEO, ela falou sobre a visão da empresa. Com Jeff Wald, o presidente e COO, um pensador analítico, ela começou com as métricas. E com o diretor de clientes ela se concentrou no lado do cliente. “É a mesma história, apenas com uma ênfase diferente”, diz ela.
Para aumentar sua influência, Marcy se mantém atualizada sobre tendências e novidades da indústria. “Eu gasto 25% do meu tempo falando com clientes, outros diretores de marketing, pessoas em conselhos de empresas, potenciais clientes e mentores de jovens. Assim, mantenho-me informada e tenho o dedo no pulso do que está acontecendo além das quatro paredes desta empresa”, explica