Por: Brunna Baggio, sócia da Flow Executive Finders
Embora nos Estados Unidos a cadeira de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) seja regulamentada há mais de 70 anos, a profissão passou a tomar corpo e relevância no cenário brasileiro em 2019 sendo, inclusive, finalmente reconhecida pelo Ministério do Trabalho. Coincidência ou não, mesmo ano do rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro de Brumadinho, em Minas Gerais, considerado um dos maiores desastres ambientais do país e um case para profissionais da área de RIG.
Nos anos subsequentes, a área permaneceu em constante evolução, sendo hoje considerada uma área estratégica dentro das organizações, uma vez que está diretamente relacionada à reputação e exposição da marca no mercado, além de promover via advocacy causas conjuntas que podem beneficiar empresas do mesmo setor e stakeholders. Ou seja, da mesma forma que sua relevância foi evidenciada, obviamente, os profissionais que atuam em RIG tiveram que se reinventar, a fim de demonstrarem o valor da posição dentro do planejamento estratégico.
É fato que um trabalho de excelência é facilmente percebido, uma vez que a correta predição de cenários – sejam eles econômicos, legislativos ou de saúde pública – afetem diretamente o desempenho da organização. Porém, aliada a essa visibilidade natural, muitos líderes passam a metrificar suas entregas. Em meio a entrega de boletins, alertas de mercado, reports periódicos e notas técnicas, o produto final de entrega do executivo de RGI é a política pública e seu impacto no P&L da companhia.
Por fim, tenho observado em meus trabalhos na Flow, que quanto maior o desempenho e maturidade da área de Relações Institucionais e Governamentais, maior é seu escopo de atuação. Nas últimas vagas nas quais trabalhei foi comum observar o executivo líder da área como responsável pelas áreas de Comunicação e Relações Públicas, tendo o reporte feito a ele de maneira direta.