Por: Camila Junqueira, sócia da Flow Executive Finders

Ao longo dos anos, o mercado avançou em pautas relacionadas à igualdade de gênero, ainda mais nas empresas brasileiras listadas na B3, que periodicamente divulgam seus dados ao mercado em busca de uma maior transparência a respeito de seus programas e resultados que visam – ao menos – diminuir o impacto da diferença de oportunidades entre homens e mulheres no mercado de trabalho ao longo de décadas. Uma das conquistas mais recentes foi a sanção da lei 14.611, que estabelece a obrigatoriedade de igualdade salarial entre mulheres e homens.Em âmbito global, o tema maternidade e seu impacto na carreira está em voga e vem sendo comparado entre os gêneros. Um exemplo foi a divulgação do estudo “motherhood penalty” realizado por acadêmicos da London School of Economics (LSE) e da Universidade de Princeton, com base no trabalho de Claudia Goldin, economista de Harvard que recebeu o prémio Nobel de economia no ano passado pela sua investigação sobre a desigualdade de género no mercado de trabalho.

O estudo indicou que na comparação entre mães e pais, a participação das mulheres no mercado de trabalho cai após o parto em quase todos os 134 países do estudo, onde vive 95% da população mundial. Em média, 24% das mulheres abandonam o mercado de trabalho no primeiro ano da maternidade; cinco anos depois, 17% ainda estão ausentes; e depois de dez anos, 15% estão.

Esta amostra nos ajuda a refletir como ainda temos um longo caminho a trilhar no quesito equidade de gênero. Em um olhar mais amplo, é possível identificar que se trata de um problema social uma vez que ao estarem afastadas do mercado de trabalho, essas mulheres tendem a perder oportunidades de desenvolvimento profissional e melhores condições de renda.